Quando a responsabilidade social empresarial encontra a costura? Algumas empresas doam seu excedente de produção têxtil, roupas e equipamentos. Outras compram brindes e produtos ou apoiam projetos de capacitação profissional, mas poucas se dispõem a formar e apoiar grupos de costureira. A Givaudan é uma referência. O Instituto Givaudan costura o Projeto Inovar, de inclusão social pela geração de trabalho e renda, em Osasco, São Paulo, com a produção artesanal de bolsas e de acessórios diversos, reaproveitando caixas cartonadas, banners, tecidos e outros materiais.
Os primeiros pontos dessa história aconteceram quando Mona Chamma, na ocasião executiva de Responsabilidade Social, criou o projeto semente “Mãos em Ação”, em 2010, em uma escola local, envolvendo mães de alunos na confecção de fuxicos perfumados, utilizando retalhos de tecidos. A energia desse ensaio dinamizou a proposta de constituição do Instituto Givaudan, em 2011. “Queria ensinar as mulheres a fazer coisas que lhes dessem autonomia e retorno financeiro”, diz Mona. Aromas e fragrâncias, produtos da Givaudan, batizaram a ideia. Sabemos que o negócio não está no que se faz, mas no porquê e nos benefícios produzidos por ele. Já uma iniciativa social existe para transformar uma realidade, envolvendo todos os públicos. Pronto! A receita do perfume envolveria a empresa, a comunidade, os clientes e o meio ambiente.
O Instituto forneceu os recursos financeiros e intelectuais; clientes doaram embalagens, banners e tecidos; a líder comunitária convocava e engajava as mulheres, e o meio ambiente, poupado do descarte inadequado de toneladas de plástico, agradece até hoje! Porém, na receita, um segredo: alinhavar as ações sociais de inclusão de deficientes visuais e nutrição, focos da empresa, com as peças perfumadas da oficina, foi assim que essas mensageiras de generosidade e consciência ambiental ampliaram o efeito de sensibilização e tiveram maior adesão de seus colaboradores.
Iniciaram fazendo sacolas de caixas de leite, mas logo chegaram aos banners vinílicos, já elencando a prática da logística reversa de banners e a valorização dos compromissos social e ambiental das doadoras. O processo criativo evoluiu em conjunto, e o produtivo e o comercial se consolidaram na parceria com o Senai e na elaboração de um plano de negócios.
O Projeto Inovar começou com 20 mulheres e beneficia, hoje, 5 profissionais autônomas, sendo: 3 costureiras e 2 dedicadas à lavagem, risco e corte. A equipe conta com a coordenadora Luci e a assessoria de Mona, atual consultora do Instituto, que ainda proporciona ajuda de custo mensal, manutenção do espaço, do maquinário e divulgação.
As matérias-primas são sempre de reaproveitamento, doadas por clientes da Givaudan e parceiros. O grupo participa de feiras e eventos, tem pronta entrega na loja da oficina e mantém um esforço de vendas no bairro. Mas o carro-chefe são as encomendas de peças customizadas. Há anos as integrantes do grupo têm sido preparadas para ser profissionais da costura e, recentemente, empreendedoras. Como é natural de acontecer, atingem a maioridade. Momento de assumir a identidade, a gestão e os riscos do negócio; friozinho na barriga e sonhos nas sacolas! Diversificar, atuar em novos mercados e aprender. Manutenção de máquinas, modelagem, vendas, marketing e computação estão na lista. As etiquetas mudam, mas o legado profissional da empresa permanecerá nos pontos de cada produto, e estaremos por perto para apoiar e conferir seu sucesso!
Projeto Inovar – Instituto Givaudan
Para saber mais e entrar em contato, visite o perfil do instagram do projeto
http://www.instagram.com/institutogivaudan
Artigo escrito originalmente para a revista Costura Perfeita em 2017 e atualizado em 2024.
Edição 99 – Ano 2017
Clique aqui para acessar a publicação.
